ATA DA VIGÉSIMA SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, em 09.11.1993.

 


Aos nove dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e três reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Vigésima Sessão Solene da Primeira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Primeira Legislatura. Às dezessete horas e doze minutos constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Ilzo Pires de Almeida, conforme Projeto de Resolução nº 11/93 (Processo nº 1036/93), de autoria do Vereador Jocelin Azambuja. Compuseram a Mesa: Vereador Luiz Braz, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, no exercício da Presidência, neste ato; Vereador Gerson Almeida, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; Jornalista Firmino Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa; Senhor Ilzo Pires de Almeida, Homenageado; Senhora Vera Turk de Almeida, Esposa do Homenageado; Vereador Jocelin Azambuja, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, de pé, ouvirem o Hino Nacional. Em prosseguimento, concedeu a palavra ao Vereador Jocelin Azambuja que, em nome da Casa, fa­lou de sua relação com o homenageado, dizendo ter convivido pessoal e profissionalmente com Sua Senhoria. Salientou serem a educação e a família os dois pilares da sociedade, analisando a desestruturação hoje observada nestas duas bases e comentan­do a importância da atuação do Senhor Ilzo Pires de Almeida no campo educacional. Finalizando, declarou ser o homenageado um exemplo de cidadão que acredita e luta pela melhoria do seu País. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença, no Plenário, de funcionários da Vanoil Drogaria e Farmácia, de Alexandre, Karina e Lucas, filhos do Homenageado, do Senhor Cláudio Nelson, Pastor da Igreja Metodista Central de Porto Ale­gre, das Senhoras Lolita Zuetz e Ester Paiva Tonin, represen­tante do Lar Otília Chaves, e de Comissão da Igreja Metodista Central. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador Jocelin Azambuja a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Ilzo Pires de Almeida, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido, falando de sua vivência com a comunidade familiar, social e religiosa e analisando a linha de vida seguida, de priorização de me­tas a serem buscadas. Discorreu sobre as oportunidades profis­sionais e pessoais que teve, declarando não considerar mui­to árduas as dificuldades enfrentadas em sua vida. Após, o Se­nhor Presidente pronunciou-se acerca do significado da presen­te homenagem, como o reconhecimento de Porto Alegre aos cidadãos que lutam por sua comunidade, agradeceu a presença de to­dos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezessete horas e cinqüenta minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Luiz Braz e secretariados pelo Vereador Jocelin Azambuja, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Jocelin Azambuja, Secretário “ad hoc”, deter­minei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE: Cumprimentamos o Sr. Ilzo Pires de Almeida pela entrega do título honorífico Cidadão Emérito e o convidamos para fazer parte da Mesa. Exmo Sr. Representante do Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre, Ver. Gerson Almeida; Ilma Srª Vera Turk de Almeida, esposa do homenageado. Convido o proponente desta homenagem, Ver. Jocelin Azambuja, para fazer parte da Mesa. Convido a todos para ouvirem o Hino Nacional.

 

(Execução do Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: Sem dúvida nenhuma, este é um dos momentos mais importantes para a Câmara de Vereadores, quando prestamos uma homenagem como está, que estará recebendo, hoje, o Sr. Ilzo Pires de Almeida. Quando o título é proposto, todos os Vereadores, representantes da sociedade porto-alegrense, votam essa proposição do Vereador e, por isso mesmo, é o reconhecimento de toda a sociedade a alguém que prestou serviço e foi reconhecido.

Então, parabéns ao Sr. Ilzo Pires de Almeida que, daqui a pouquinho, estará recebendo o título de Cidadão Emérito da Cidade de Porto Alegre, uma das maiores honrarias que esta Câmara de Vereadores concede.

Para falar sobre o homenageado, convidamos o proponente, Ver. Jocelin Azambuja.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente em exercício nesta Sessão Solene da Câmara Municipal de Porto Alegre, nobre Vereador Luiz Braz; Exmo Sr. Ver. Gerson Almeida, representando o Sr. Prefeito Municipal de Porto Alegre; nosso querido homenageado e estimado amigo Sr. Ilzo Pires de Almeida e sua esposa Vera, que recebem, neste momento, as homenagens da Cidade de Porto Alegre; Senhores e Senhoras presentes; familiares e amigos de Ilzo e de Vera que vêm, neste momento, prestar-lhes esta homenagem que consideramos extremamente importante e devida.

Vivemos um momento da vida de nosso País, das relações humanas e sociais extremamente difícil. Nessas horas é que devemos parar, pensar, analisar tudo aquilo que acontece à nossa volta para podermos, então, seguir um caminho. Tive a felicidade de propor este título de Cidadão Emérito ao Sr. Ilzo, meu amigo de muitas caminhadas, porque nas nossas vidas houve muitas relações que nos uniram. Primeiro: ele vem de uma família que nasceu na terra em que meu pai nasceu. Família pequena, de apenas dez irmãos, que tem sua origem no Alegrete. Meu pai, Erasmo Azambuja, também nasceu no Alegrete e nós temos essa relação comum de origens familiares. Depois, tivemos um segundo momento que foi a sua relação com a Caixa Econômica Estadual. Foi funcionário da Caixa Econômica Estadual e eu também, em épocas próximas. Tivemos a felicidade de contribuir um pouco para este Rio Grande, trabalhando e prestando os nossos serviços à Caixa Econômica Estadual, que é o esteio do nosso Rio Grande, uma das imagens financeiras positivas do nosso Rio Grande. Depois, tivemos uma relação na área farmacêutica, onde exerci, com muita alegria e honra, o cargo de propagandista-vendedor do Laboratório Ayerst e do Laboratório Lepetit, tirei a minha Faculdade de Direito como propagandista de laboratório e lá fomos nos conhecer quando também o seu Ilzo atendia os propagandistas e fazia as mecânicas de negociações de títulos, com o início do grupo, naquela época pequeno, mas que essa família soube fazer crescer, que é o Grupo Vanoil, de farmácias, hoje já se desenvolvendo em outras áreas de atacado. Tivemos, ainda, uma quarta relação que considero fundamental em todo esse princípio e que me motivou também a pedir que Porto Alegre prestasse esta homenagem a esse cidadão que honra esta Cidade, que é a sua relação com a área de educação. Além de ter a esposa professora e que luta por essa educação, ele também se envolveu no processo de educação com a sua igreja, a Igreja Metodista, no Colégio Americano, no IPA, fazendo um trabalho, ao longo dos anos, extremamente importante na nossa sociedade. E é por essa educação que nós tanto clamamos neste País, por essa educação é que nós temos lutado ao longo dos anos, a educação que os brasileiros não tem tido a oportunidade de ter, essa educação pela qual precisamos lutar. Cada um no seu campo não pode abrir mão de lutar pelo processo de educação, quer na esfera da escola pública, quer na esfera da escola privada, enfim em todos os espaços nós temos que lutar por educação. A base de desenvolvimento de uma sociedade esta fundada em dois pilares fundamentais, e aí justamente que foi buscar a relação para que Ilzo Pires de Almeida pudesse receber este título. A base que ele tem fundamental nas suas relações de vida que são a educação e a família, porque sem estes dois pilares não existe sociedade, não existe desenvolvimento. E os Senhores podem ver que em todos os países subdesenvolvidos, o trabalho que os países desenvolvidos fazem em cima dos países subdesenvolvidos é justamente atacar os dois pontos que são fundamentais, a educação e a família, porque onde se consegue destruir a educação, onde se consegue destruir a família, se consegue desestruturar toda uma sociedade. E dentro desta realidade é por isto que hoje nós estamos vendo que estamos passando graves problemas no nosso País e na nossa sociedade subdesenvolvida, porque justamente fracassamos nesses dois pólos, no pólo da educação e no pólo da família. Quando nós vemos a nossa volta, lamentavelmente, cada vez mais as pessoas se desestruturando familiarmente e também o processo de educação se deteriorando a cada ano que passa. E é justamente aí que nós temos que ver o sinal de alerta que nós estamos recebendo. Porque claro, nenhum casal é obrigado a ter que conviver uma vida inteira, ter 25 anos de casados como eles irão ter, mas nós temos que ter controles sociais que digam: olha o pessoal está se separando demais, está abandonando os filhos demais, está deixando os filhos jogados demais. E isto realmente está acontecendo na nossa sociedade. Nós chegamos hoje a números alarmantes, em escolas onde temos 80% dos pais separados. Ora, isto já fugiu de um princípio de normalidade.

E nós vamos ver o que esta relação social pesa na estrutura de desenvolvimento da sociedade é impressionante. As dificuldades que nós estamos tendo hoje no processo de educação, que os professores sofrem nas escolas, que a Vera sofre e tantos outros professores sofrem para poder dar a educação nas escolas é que muitas vezes estas crianças vêm de famílias desestruturadas e justamente chegam nesse ambiente da escola e extravasam essa relação familiar desestruturada. Então, por isto que nós temos que ter estes pontos fundamentais de uma sociedade. E é isto que o Ilzo e a Vera fizeram ao longo de suas vidas, preservar estes dois pontos fundamentais, a sua família, os seus cinco filhos que os acompanham em todos os momentos e que eles acompanham esses filhos com todo o carinho, os seus irmãos nos seus laços de amizade, de construção da sua estrutura econômica e social e a luta paralela a isso, no campo da educação, buscando fazer com que as consciências avancem e se mobilizem, e transformem este País.

Acho que este exemplo que o Ilzo nos dá, esse exemplo de construção de uma vida digna e estruturada, pensando sempre nos seus irmãos, naqueles que o circundam, seja na sua relação de trabalho; eles poderiam dizer - vamos fechar a empresa, vamos viver com a renda do trabalho edificado nesses anos - aí, iriam deixar quantas centenas da famílias sem amparo, sem assistência, sem o trabalho que tanto precisamos neste País. Nós precisamos realmente de pessoas que invistam nele, que acreditem nele, que acreditem nos investimentos positivos de produção de trabalho, de crescimento social. E que acreditem fundamentalmente nesses dois princípios: a educação para o crescimento dessa sociedade e o princípio familiar da preservação da família que é tão importante para todos nós.

Por isso que esta honraria do título de Cidadão Emérito de Porto Alegre que é concedido nesta Câmara a muito poucas pessoas, pois poucos o receberam até hoje, é porque quando se recomenda dar o título a um cidadão, e aqui está o processo que tramitou nesta Casa e que foi aprovado por unanimidade dos Vereadores de conceder ao Ilzo este título de Cidadão Emérito de Porto Alegre é porque ele reuniu as qualidades que são fundamentais para receber este título. Nós temos que ter pessoas dignas de saírem pelas ruas de Porto Alegre, pelo nosso Estado, pelo nosso País e dizerem eu sou, com orgulho, cidadão emérito de Porto Alegre mas porque tive a construção de uma vida toda que me levou até isso. Por isso que hoje nós podemos prestar esta homenagem em nome da Cidade de Porto Alegre e agradecer por tudo o que tem feito pela construção de uma vida melhor para todos nós e pela alegria de ver, na sua estrutura familiar e nas suas relações, o interesse maior de fazer com que realmente a nossa Cidade seja uma cidade melhor, que as famílias sejam mais fortalecidas e que a educação possa crescer e avançar. Muito obrigado e receba, realmente, nosso grande reconhecimento por todo o trabalho que fez ao longo desta etapa de sua vida. E temos certeza que será muito mais produtiva nos anos que seguirão a esta homenagem. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o representante da Associação Rio-grandense de Imprensa (ARI), nosso querido amigo, Jornalista Firmino Cardoso, para fazer parte da Mesa, ele que já é um representante oficial dos jornalistas desta Casa.

Queremos, também, cumprimentar os funcionários da Vanoil Drogaria e Farmácia, que se encontram presentes nesta homenagem; os filhos do homenageado: Karina, Alexandre e o Lucas; o Pastor da Igreja Metodista Central de Porto Alegre, Sr. Cláudio Nelson, e a Comissão da Igreja, presente, aqui; representante do Lar Otília Chaves, Srª Lolita Zuetz e Srª Ester Paiva Tonin.

A Câmara se sente engrandecida e honrada com a presença de todos os senhores.

Convido o proponente desta homenagem, Ver. Jocelin Azambuja, para que faça a entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Ilzo Pires de Almeida.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: (Procede à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Ilzo Pires de Almeida.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Agora, o motivo principal desta Sessão que está se desenrolando aqui na Câmara: o nosso homenageado Ilzo Pires de Almeida, que utilizará tribuna da Câmara Municipal, com Cidadão Emérito desta Cidade.

 

O SR. ILZO PIRES DE ALMEIDA: Eu resolvi trazer o título para certificarmo-nos de que é uma realidade, não um sonho.

Prezado Ver. Luiz Braz, dirigente desta Sessão, representando o Presidente da Câmara de Vereadores; Ver. Gerson Almeida, representante do Sr. Prefeito; prezado Ver. Jocelin Azambuja, meu querido amigo; demais amigos, convidados presentes nesta oportunidade.

De fato, é muito difícil para uma pessoa como eu, acostumado às tratativas comerciais do dia-a-dia, fazer uso da palavra, agradecendo uma homenagem. Peço, como a maioria que está aqui são pessoas bem chegadas, paciência e desculpas pela falta de eloqüência, que me caracteriza. Em todo o caso, a homenagem a mim prestada não é propriamente a mim, porém, a uma comunidade ou a várias comunidades, as quais tenho partilhado durante esses anos de vida.

As grandes coisas que marcam nossa personalidade e moldam o nosso caráter, nós as recolhemos das experiências do cotidiano. Para muitas destas experiências damos interpretação toda pessoal, às vezes bem distantes do verdadeiro motivo daquilo que aconteceu. Vale dizer, para o mesmo fato, as interpretações diferem de pessoa para pessoa. E neste somatório de acontecimentos que se sucedem, de momento a momento, é onde nós emergimos como fonte e passamos a atuar com identidade própria, como forjadores de ações que nos levam a determinados objetivos, capazes de satisfazer nossos sonhos mais íntimos. E na busca destas satisfações pessoais nos envolvemos com os ideais de outras pessoas, formando as grandes correntes que marcam os momentos históricos do nosso viver. De uma maneira ou de outra, somos envolvidos, como pessoa, neste turbilhão de atos e fatos. É precisamente a característica participativa que marca, que distingue, a ação histórica de cada vida pessoal.

Minha história é igual à da maioria das pessoas adultas aqui presentes. Já estou na maturidade da existência, mas cada novo dia é mais uma oportunidade que se apresenta para viver com intensidade e expectativa. E isto acontece porque aprendi desde cedo uma máxima da mais alta importância: “Sei de onde vim, sei porque estou aqui e sei para onde vou.” Não são frases de efeito. São sínteses de ensinamentos testados por gerações de pessoas que tiveram o privilégio de passarem por caminhos semelhantes pelos quais trilhei. Aliás, posso resumir estes caminhos em palavras bem simples: comunidade da fé, comunidade do trabalho, e comunidade familiar.

Se os amigos e convidados aqui presentes tiverem a bondade de me escutar passo rapidamente a me referir a priorização. A comunidade da fé vem em primeiro lugar porque foi a opção consciente mais antiga. Desde meus doze ou treze anos de idade escolhi, ou fui escolhido para conviver com os irmãos da Igreja Metodista, lá no Alegrete. Formei turma entre os jovens da época e palmilhei desde então os caminhos da fé protestante. A máxima que citei e repito: “Sei de onde vim, sei porque estou aqui e sei para onde vou” é resumo da doutrina metodista de uma pessoa que crê. Aos irmãos de fé que nesta hora se fazem presentes agradeço comovido o convívio fraternal de estímulo mútuo e exortação no Caminho. Faz já quarenta anos que as primeiras palavras do evangelho foram assimiladas por mim, porém continuam me incentivando a testemunhar que “Jesus é o Senhor”.

A segunda grande opção consciente, foi a escolha da profissão. Para um rapaz que precisava trabalhar para se manter, apesar do auxílio dos seus pais e familiares, a escolha da profissão é um momento crucial. Foi quando nos idos de 1962, deixando minha terra natal, aportei nesta cidade querida de Porto Alegre. Na época universitário, cursando a faculdade de ciências políticas e econômicas da PUC, já portador do diploma de técnico contábil, logo que aqui cheguei não encontrei dificuldade de colocação. Trabalhei alguns meses numa empresa comercial e depois participei do primeiro e único concurso para carreira de contabilista da Caixa Econômica Estadual. Aprovado, em fins de 1962, já era funcionário da autarquia estadual. Com um turno de seis horas de trabalho, consegui estudar e custear meus estudos acadêmicos. Em 1966, estava concluindo a faculdade e em 1968 deixei o emprego da Caixa para ingressar na carreira de empresário do setor privado.

Desde então, me mantive ocupado, cuidando dos negócios comerciais da empresa iniciada em 1966, em parceria com mais dois irmãos.

Iniciamos com uma pequena farmácia na Protásio Alves, esquina Silva Só. Graças a Deus fomos bem sucedidos nestes 17 anos de empreendimentos. Daquele grupo familiar inicial, granjeamos centenas de pessoas formadoras da atual comunidade interna de nossa empresa varejista e atacadista. Também outras tantas amizades foram consolidadas, entre parceiros congêneres no ímpeto de disputa sadia pelo mercado. Além dos companheiros da confraria varejista engajados na luta sindical, destaco alta fidalguia dos gerentes, supervisores e diretores das empresas industriais fornecedoras, bem como a gentileza dos gerentes e diretores dos bancos supridores de recursos pecuniários. Todos parceiros na labuta diária do atendimento do usuário de medicamentos. Nestes 27 anos de existência tivemos alguns percalços, mas muitas e muitas foram as vitórias. Aos amigos e companheiros da comunidade de trabalho aqui presentes, meu agradecimento pelo convívio profissional em toda essa extensa jornada.

Quando escolhi os três eventos mais marcantes para partilhar com os amigos nesta oportunidade, coloquei-os em ordem de sucessão. Dois já os citei. O terceiro foi a opção pela constituição da família. Em 03/05/1969 casei e nos quase 25 anos de matrimônio, Deus nos têm abençoado com filhos, um lar e uma família.

A vocês, aqui presentes, minha progenitora, minha esposa, meus filhos, minha sogra, meus irmãos, enfim, parentes, faltam-me palavras para externar minha gratidão. Praticamente a vocês tudo devo e tudo agradeço.

Prezados amigos e convidados, permitam-me, feita a sinopse das etapas para mim mais marcantes, retornar ao tempo presente e apreciar a figura do ilustre Ver. Jocelin Azambuja que teve a bondade de trazer e pleitear a indicação no seu nome à distinta homenagem de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Longe está o pensamento de me sentir merecedor de tal destaque. Somente a bondade do Vereador Jocelin, alicerçada numa amizade de mais de vinte anos de contatos freqüentes, pode justificar tal honraria. Conheci o Jocelin quando ele ainda trabalhava na indústria farmacêutica como propagandista e vendedor. Durante anos, mantivemos contato amistoso. Depois, em sua profissão liberal de advogado, o ilustre Vereador Jocelin começou a se interessar pela atividade educacional. Labutou anos na Associação de Pais e Mestres, chegando à representação da Cidade, do Estado, e também a representação nacional. Concomitantemente, também eu, desempenhava funções nos Conselhos Diretores das instituições de ensino da Igreja Metodista. Continuamos, eu e o Jocelin a freqüentemente partilhar da causa comum do ensino, cada um em seu campo de atuação. Também fui dos primeiros a pactuar com o Vereador Jocelin em seu projeto político. Seu ingresso no PTB possibilitou a realização de seus primeiros anseios de homem público. Seu trabalho nesta Casa é digno de registro por seu empenho de esforço e Liderança de Bancada. Talvez por estas considerações o estimado Ver. Jocelin lembrou-se de apresentar meu nome ao Colegiado desta Casa e somente por nosso longo convívio pude anuir com tal honraria.

Para finalizar agradeço de coração ao Colegiado da Câmara de Vereadores de Porto Alegre que possibilitou este gesto cavalheiresco por um cidadão natural do Alegrete.

Caros amigos e convidados, parafraseando o grande Apóstolo Paulo, digo que, pela graça de Deus, sou o que sou e que sua graça a mim dispensada não foi estéril. Ao contrário, trabalhei muito e muito me esforcei em todas as minhas iniciativas; não eu, mas a graça de Deus que está comigo.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A maior homenagem que pode receber uma pessoa é o reconhecimento daqueles que são os seus amigos, daqueles que lhe são mais caros e esta homenagem que o Ilzo está recebendo da Câmara de Vereadores faz parte do muito que, na verdade, ele merece receber. A Câmara, através da proposição do Ver. Jocelin, faz um reconhecimento que deve ser feito a todos os homens que agem assim como o Ilzo. Tenho certeza absoluta de que a sociedade rio-grandense está honrada em receber como Cidadão Emérito, a figura do Ilzo, uma pessoa que guarda os valores que hoje são tão espezinhados: família, moral e fé, que têm de ser realçados. Fico feliz em ver que esses valores que são tão importantes para que possamos progredir e são hoje valorizados nesta entrega do título de Cidadão Emérito para o nosso amigo Ilzo.

A todos vocês, nosso muito obrigado pela presença.

Damos por encerrada esta Sessão em homenagem ao novo cidadão emérito de Porto Alegre Ilzo Pires de Almeida.

Convocamos os Srs. Vereadores para a Sessão de amanhã, às 14h.

Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h50min.)

 

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